domingo, 31 de maio de 2009

Ta complicado!

Sei que a maioria da colegas enfrenta problemas com a falta de tempo, com o excesso de compromissos. Mas também sei que cada um de nós tem consciência de suas limitações, mesmo quando não as reconhece. Uso esse espaço pra dizer que estou exausta! Não das exigências da Universidade, pois penso serem importantes para o nosso crescimento pessoal e profissional, mas a vida tem me colocado à prova o tempo todo nos últimos meses e meu corpo físico já não está mais aguentando tanto esforço e a vida desregrada que tenho levado.
Tenho enfrentado uma maratona para a qual não estava preparada.
Uma mãe doente (linfoma), que chora minha falta a mais de dois mil quilômetros daqui.
Três filhos que precisam de mim, com os quais me preocupo 24 horas por dia.
Três escolas, três turnos, três turmas de três níveis diferentes que me exigem dedicação não só no tempo que estou lá, mas nas horas que deveriam ser de folga e descanso, pois penso que os questionamentos que faço, os desafios que proponho, os recursos que disponibilizo, as atividades que preparo e a minha disposição em fazer um investimento na aprendizagem dos meus alunos fará a diferença no processo de construção do conhecimento deles. Sei que meu papel é importante e não posso negligenciá-lo.
Tenho uma casa para administrar sozinha e com pouca grana.
Uma compulsão grave e séria pra curar ( e essa está me causado muita dor e stress).
Aliado a tudo isso, meu corpo começa a dar sinais de cansaço. Não reage mais com a mesma prontidão aos estímulos, se nega a funcionar e me põe de cama por qualquer vírus idiota que resolve visitá-lo. Tenho estado doente o tempo todo.
Uma gripe, que curava em dois dias, agora me acompanha a mais de 15 dias e nem sinal de sair de mim. Estou com dificuldades pra fazer cocô, xixi. Contraí conjuntivite, candidíase (por 3 vezes nos últimos 3 meses), herpes bucal, além da queda de cabelo.
Sei que preciso reduzir o ritmo, mas parar com o quê?
Também sei que muitas colegas de profissão passam por dificuldades semelhantes às minhas, mas falar sobre isso é importante pra me ajudar a resolver isso.
A duas semanas "meu motor" engasgou e fui procurar ajuda de uma profissional de psicologia. Estou tomando antidepressivo, consultando uma vez por semana pra tentar seguir meu caminho, sem sofrimentos maiores.
Entendo que esse espaço é pra postar minhas inquietações a respeito da minha trajetória no curso, mas não há como separar a Marcia estudante da mulher, mãe, professora.
Estou feliz pelas vitórias que tenho conquistado e muito preocupada em não deixar que o excesso de trabalho e preocupações me desviem ou me façam desistir dos meus objetivos.
Essa postagem é um pedido de socorro, de ajuda, de colo. Um clamor dolorido de quem reconhece-se humana, com poderes e forças finitas.
Desculpem, mas estou com muitas dificuldades pra enfrentar as pressões que cotidianamente, a vida tem me imposto.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Salão de Educação à Distância

Minha apresentação na Salão EAD da UFRGS foi emocionante.
Estar naquele espaço significou muito mais que a realização de um sonho, por que esse eu realizei quando consegui ingressar na UFRGS. Foi a superação de todas as minhas expectativas em relação à graduação e também à profissão.
Tudo que faço nas escolas em que trabalho, do mais simples ao mais elaborado trabalho, eu deixo guardado, nunca mostro aos outros. E, de repente, um trabalho comum, mas feito com muito amor e dedicação, estava lá, sendo apreciado pelo mundo acadêmico (e por pessoas de outras áreas, o que me fez ficar mais orgulhosa ainda!)
Mais compensador ainda, foi levar um trabalho realizado numa escola inserida em um bairro periférico, que sofre todo tipo de discriminação, e que também é discriminada.
Muito orgulhosa me deixou o fato de ver valorizado, um projeto realizado na educação infantil, com crianças do berçário.
Somos frequentemente identificadas como "professorinhas" ou "tias", que cuidam dos bebês e é como se nossa intenção e intervenção pedagógica não existisse, ficando sempre relegada à segundo plano, aos olhos de quem tenta ver o nosso trabalho, isso quando tentam!
Estou feliz por ter levado o nome da escola Girassol para o mundo acadêmico e de ver minha atuação na educação infantil (e no berçário) sendo respeitada e valorizada dentro e fora dos muros da escola. Espero que essa seja apenas uma das muitas portas que irão se abrir para a Girassol e para as professoras que atuam no berçário.
Outras coisas emocionantes aconteceram e não posso deixar de registrar:
Uma colega do PEAD, a Flávia, foi prestigiar, fiquei muito contente!
Havia pessoas da área da biociências, o que me deixou mais encantada ainda, por que esperava um público da pedagogia!
O mais bacana foi contar com o apoio e a dedicação dos meus filhos e da equipe diretiva da escola, que estavam lá assistindo, se emocionando, torcendo e vibrando comigo durante o evento.
Penso que é por isso que algumas pessoas se tornam inesquecíveis na vida da gente.
Minha filha, que é estudante da UFRGS, no curso de pedagogia, filmou boa parte da minha apresentação. Parecia uma tiete!
Meu filho caçula, estudante do curso de agronomia da UFRGS, estava com cara de bobo me olhando e ouvindo atentamente...
Minha diretora Tatiana e a supervisora pedagógica da escola (profe Samara) em vários momentos se emocionaram a ponto de deixar as lágrimas correrempelo rosto.
Realmente foi um momento singular e especial na minha vida.
No final, recebi muitos elogios da professora que estava assessorando na minha sala. Fiquei lisonjeada. o ano que vem, com certeza estarei lá, pois vou fazer de tudo pra que isso aconteça.

Quero agradecer por tudo o que a profe Marie Jane e a Profe Doriss Fiss fizeram por mim, pelo incentivo e pelo empenho em me auxiliar na confecção do documento e do vídeo. Nunca vou esquecer disso.
Também quero registrar o carinho e a euforia da profe Tânia Marques ao me ver chegar na Universidade, minutos antes da minha apresentação. Foi muito importante pra mim receber aquele abraço carinhoso, aquele incentivo, aquelas palavras de apoio e confiança no meu trabalho.
Também é importante registrar o carinho da tutora Catia Zílio para comigo, antes e depois do salão.
Essas manifestações de confiança, carinho, incentivo é que nos fazem sentir especiais na vida cotidiana e na vida acadêmica.
Foi a primeira vez que participei de um evento dessa grandeza. Sei que cometi alguns erros (minha filha pontuou alguns defeitinhos na apresentação - na maneira de falar ou me comportar) mas, sendo a primeira vez, penso que é perdoável. Mas como sei que tudo vale como aprendizado e experiência, valeu à pena cada minuto, cada erro e cada acerto! Foi show! Foi espetacular! Fabuloso! Inesquecível! Singular!