domingo, 5 de dezembro de 2010

Eixo 8

Foi um dos momentos mais trabalhosos, supremos e felizes que vive na graduação.
Aprendi muito com meus alunos, com a vida, na escola, com meus colegas... Aprendi que a gente tem que conhecer antes de julgar. Julguei mal a minha Tutora Gi, antes do estágio começar. Durante as 12 semanas, descobri a grande mulher e professora que ela é. Ela foi maravilhosa. Não me deixou cair, quando o cansaço tentou me derrubar. "Segurou a peteca" quando sofri um acidente de moto. Nos orientou, quando o orientador nos esqueceu. Meus alunos simplesmente me levaram por caminhos que eu não havia previsto. Descobri o valor do planejamento prévio, do entrelaçamento de conteúdos, da interdisciplinariedade, da oralidade (tão falada) nas classes de alfabetização. Provei pra mim mesma que ousadia da trabalho, mas vale à pena. Meui trabalho foi visto e elogiado na escola e o resultado foi 27 alunos, dos 28, alfabetizados. Precisa dizer mais?

Eixo 7

Esse foi um semestre muito difícil pra mim. Tive sérios problemas pessoais, que não consegui separar da minha vida profissional e acadêmica. Em virtude disso, não tirei proveito dos conceitos e conteúdos que estudamos. As interdisciplinas de Linguagem e Didática não trouxeram muitas novidades. Muitos dos textos e itens estudados já eram do meu conhecimento. Talvez por isso, tenha doído tanto ser reprovada em uma dessas interdisciplinas. Eu jamais havia sofrido a dor de uma reprovação, nem mesmo em concursos públicos. A dor ainda persiste em mim como uma chaga. O que tornou ainda mais dolorida essa situação foi o fato de ter sido reprovada sem direito à recuperação e sem aviso prévio... Fiz todas as atividades de recuperação, durante todo o mês de janeiro de 2010, para, só no momento de postagem, ser informada que de nada havia adiantado todo aquele trabalho por que o conceito D já estava inserido no meu histórico escolar. O que posso dizer aqui em relação a minha aprendizagem pessoal e profissional é que nunca farei para um aluno meu o que foi feito comigo naquele semestre.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Incluir e aprender - Eixo VI

Durante o Eixo VI, estudamos e debatemos um assunto cada vez em pauta em nossa vida profissional e que nos causa muita inquietação. Por isso o retomo aqui: INCLUSÂO! Não como medir importância deste assunto em nossa caminhada de formação. Além do mais, não há como fugir de fatos e leis. As pessoas com necessidades especiais precisam ser inseridos no processo educacional, e têm amparo legal para isso. Mas a mesma lei que assegura o acesso dos PNEE"s não dá condições a elas de receberem atendimento de qualidade e adequada às suas necessidades.
De acordo com o dicionário, INCLUIR é o ato ou efeito de incluir-se, estado daquilo ou de quem está incluso, inserido, metido, compreendido dentro de algo ou envolvido, implicado em; introdução de uma coisa em outra, de alguém em um grupo. Incluir é fazer com que seja parte, é conter em si, trazer em si, implicar, envolver. No entanto, a inclusão social está longe de ser um conceito no dicionário. Inclusão é o processo no qual a sociedade se adapta para incluir pessoas com necessidades especiais que também se preparam para assumir seus papéis na sociedade. Para incluir, é preciso agir, fazer, implicar-se, envolver-se com esse outro que não sou eu e é diferente de mim. Nos exige envolvimento, nos coloca em movimento em direção ao outro.
A interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais nos ajudou a refletir sobre como está acontecendo a Inclusão em diferentes modalidades e realidades escolares, fazendo uma relação entre a legislação, à teoria e o que vivemos na prática em nossas escolas.

Estudando a vida adulta - Eixo V

No quinto eixo, foi a Interdisciplina de Psicologia que me proporcionou uma grande aprendizagem, principalmente na vida pessoal. Através do estudo da Teoria de Èrikson e sua oito etapas de desenvolvimento INTEGRIDADE x DESESPERO; GENERATIVIDADE x ABSORÇÃO EM SI MESMO; INTIMIDADE x ISOLAMENTO; IDENTIDADE x CONFUSÃO DE PAPÉIS
INDÚSTRIA x INFERIORIDADE; INICIATIVA x CULPA; AUTONOMIA x DÚVIDA; CONFIANÇA x DESCONFIANÇA. Sou apaixonada pela psicanálise e sua contribuições para a educação. Estudar a vida adulta sob a perspectiva de Érikson, me ajudou a entender muitos problemas e questões internas minhas, além de me incentivar ainda mais a buscar respostas na psicologia, em especial na psicanálise para as dificuldades apresentadas pelos meus alunos da EJA.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Como representar o mundo? Eixo IV

Bem, sem sombra de dúvida, a Interdisciplina que mais me mobilizou nesse eixo foi Matemática. Os conhecimentos nessa área são sempre bem vindos, pois amo a matéria. E ela continua me acompanhando até hoje: estágio e tcc, lá estava ela como tema principal.Na época, lembro da reclamação de todos por causa do volume de atividades enviadas pelo professor Samuel e do medo que a gente tinha daquele jeito muito pragmático de ser que ele tem. Mas lembro também, que eu vibrava a cada novo desafio. Foi uma das interdisciplinas que mais me motivou a buscar leituras além do sugerido e solicitado. Não sei isso era por causa das exigências do professor ou porque eu queria mesmo aprender mais a respeito do assunto. A partir dessa "cadeira" passei a trabalhar além da aritmética com meus alunos. Descobri a beleza e funcionalidade da geometria em nossas vidas e passei a dar mais ênfase a ela nas turmas com as quais venho trabalhando.
Outra Interdisciplina com a qual eu aprendi muito e que me rendeu a "aventura" de mostrar meu trabalho para além dos muros da escola foi Ciências (Ciclos da natureza). Realizei dois lindos projetos a partir dessa interdisciplina, um com minha turma de alfabetização (observamos ao vivo, diariamente, a metamorfose de uma borboleta)e outro, com uma turma de berçário, sobre o ciclo das águas e a preservação de mananciais, usando como cenário o Arroio Gauchinho, que faz a divisa entre Novo Hamburgo e São Leopoldo. Esse último foi apresentado no Salão de Graduação da UFRGS.
Não posso deixar de lembrar de Estudos Sociais, que despertou em mim uma grande inquietação, pois eu negligenciava essa área do conhecimento nas escolas onde trabalhava. descobri com a professora Simone um livro raro e riquíssimo intitulado Estudos Sociais - Teoria e Prática, que traz questionamentos sobre o ensino de ES, além de muitas sugestões de atividades que tornam mais interessantes as aulas dessa disciplina. Esse também foi um semestre de muita aprendizagem...

Brincar, jogar, contar histórias, pintar, ver, ouvir: um mundo mágico de aprendizagens

O eixo III foi o mais sensacional de todos. Foi o que eu mais usei em sala de aula, foi o que eu mais curti... Tanto que uma das Interdisciplinas e a bibliografia estudada fez parte direta do meu tema de estágio e tcc - Literatura Infantil. Na época eu me envolvi mais com artes visuais, pois já desenvolvia um projeto na escola, sobre a história da arte e a cadeira caiu como uma luva, mas as aprendizagens sobre Literatura e contação de histórias ficaram latejando em mim. Li todo o livro da Fanny Abramovick durante aquele semestre, reli durante o estágio e tornei a ler agora para o TCC. Foi muito significativa pra mim aquelas aprendizagens. também não posso esquecer de Ludicidade, da oficina de jogos com sucata, da sabedoria da Tânia Fortuna e tudo de bom que aprendi e trago até hoje comigo. A partir da Interdisciplina Ludicidade e Educação eu tenho ousado até criar jogos e brincadeiras para usar em sala de aula com meus alunos. No estágio criei 3 jogos e 2 brincadeiras relacionadas aos contos de fadas que estava trabalhando, unindo interdisciplinarmente o que aprendi nas duas Interdisciplinas. Vou guardar na alma e no coração pra sempre. Minha prática pedagógica jamais será a mesma depois da passagem por esse semestre...

Ler, escrever, letrar, será que Freud explica?

Do segundo semestre tenho que destacar duas interdisciplinas: Fundamentos da Alfabetização, com a qual aprendi muito e pude usar o que estávamos estudando diretamente na minha prática profissional, pois atuava com classes de alfabetização, o que faço até hoje. Eu não conhecia o trabalho da Magda Soares, só tinha ouvido falar e foi importante pra mim naquele momento ler e discutir os textos trazidos pela professora Jaqueline, porque me ajudar a entender mais profundamente o processo de aquisição da língua escrita e o uso no das habilidades de leitura e escrita no contexto social no qual os alunos estavam inseridos. Na escola tínhamos uma preocupação muito grande em alfabetizar, mas não observávamos se a criança fazia uso daquele aprendizado em sua vida fora da sala de aula. Minha conduta mudou a partir da leitura dos referenciais sugeridos. Referenciais esses que tenho retomada sempre que me sinto insegura acerca do que estou fazendo na escola e que fiz uso contínuo durante a prática de ensino.
também foi importante saber das mudanças trazidas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky e entender como a maneira de ver o processo de aprendizagem dos nossos alunos havia se modificado. Aprendi que nossos alunos até então, aprendiam a ler e a escrever, de forma mecânica (alfabetização) e sem sentido e função social (letramento).

Outra interdisciplina que destaco desse período é Desenvolvimento da Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia, porque pude rever algumas teorias de aprendizagem e aprofundar meus conhecimentos. Eu já havia cursado essa cadeira no Regular da UFRGS, mas foi importante refazer, por que alguns conceitos estavam esquecidos. Mas em mim ficou gravado nosso estudo sobre psicanálise e o filme Freud além da alma, com o qual pude aprender como ele formulou a teoria psicanalítica e quem era esse gênio da psicologia. Eu sempre fui muito curiosa a respeito de psicanálise, mas não sabia por onde começar a estudar. Hoje utilizo alguns dos ensinamentos do mestre e também de Lacan em meu trabalho nas escolas e penso em fazer meu pós graduação ligado a esse assunto. Além de tudo isso, tínhamos com professora a Tânia Marques que é simplesmente maravilhosa. Quando eu crescer quero ser como ela...

Postagem 1 - 2010/2

Essa não é a primeira postagem do semestre, mas é a primeira para cumprir as determinações e atividades do Seminário Integrador.
E começo o trabalho, com muito tempo de atraso, escrevendo exatamente sobre as minhas expectativas em 2006 acerca do curso e da UFRGS e da acolhida que recebemos quando da nossa chegada ao PEAD. Lembro-me claramente do orgulho que sentia por fazer parte daquele grupo e da vontade que tinha de aprender mais e mais para me qualificar profissionalmente. Achei que minha vida pessoal não mudaria com a minha entrada num curso à distância. Eu já era aluna do regular da UFRGS, mas não conseguia frequentar as aulas em função do horário, que era incompatível com meu trabalho. Minha vida pessoal se transformou completamente. Com certeza sou outra pessoa, mais consciente e "sabedora" daquilo que quero e, por isso, mais exigente. Das Interdisciplinas do primeiro semestre a que mais me chamou a atenção foi exatamente o Seminário Integrador, pois nos remetia a um mundo informatizado até então misterioso pra mim, pelo menos no que dizia respeito à Internet. Eu sabia usar o Word, sem dominar todos os recursos do programa, tinha endereço eletrônico (só pra bonito)e fazia parte de um site de relacionamento (Orkut). De lá pra cá, muita coisa mudou. Há coisas que eu até ensino aos meus filhos e alguns colegas de trabalho... Hoje uso o computador pra muita coisa: pesquisa em geral, leitura, diversão, comunicação on line com a família que mora longe, editor de texto, movie maker, criei pbwork's para todas as escolas nas quais trabalhei, auxilio alunos nos laboratórios de informática da escolas e uso as TIC's para qualificar meu trabalho.Definitivamente o computador entrou na minha vida pra ficar!....Foram quatro anos de muito aprendizagem na área.E tudo começou com a criação do primeiro blog e do primeiro wiki..

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sobre o TCC

O TCC pra mim deve ser mais que um trabalho de conclusão de curso, como pra mim, o estágio foi muito mais que uma prática de ensino, incluído nas obrigações do curso de Pedagogia.
Ele está para além do curso. Deve partir da minha prática, da minha curiosidade e da minha necessidade enquanto profissional de educação. Ele começa a andar agora porque achei o seu significado na minha vida como professora. Não conseguiria fazê-lo senão pela paixão e pelo prazer de investigar um tema importante, antes de mais nada, pra mim. Talvez seja isso que falte à Academia hoje. Despertar em nós estudantes, o desejo pelo pesquisa como meio de aprender mais a respeito do nosso objeto de trabalho. Isso não é uma crítica, apenas uma constatação.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Semana 11

Minhas crianças adoram jogos. Minha surpresa essa semana, foi vê-los temerosos em relação ao jogo das vogais, que eles já conheciam, posto que já o havia utilizado em outra ocasião. Observei que os alunos que se mostravam receosos eram exatamente os silábicos e então, entendi o porquê: esse jogo os fazia repensar sua hipótese de escrita e os colocava em conflito, desequilibrando aqueles conhecimentos que consideravam inquestionáveis até então. Mas depois que o jogo iniciou e que começaram e completar as palavras de suas fichas, foram aos poucos relaxando e se envolvendo prazerosamente na atividade. Completar o relatório depois foi fácil, porque nele constavam as palavras que haviam acabado de "escrever" no jogo. Fiquei muito satisfeita com essa atividade por vários motivos, mas o principal foi o fato de eu estar compreendendo quase que de imediato as reações tanto positivas quanto negativas dos alunos em relação às minhas propostas de trabalho e porque estou conseguindo negociar com eles a execução das atividades que lhes causam algum desconforto e obtendo resultados muito positivos no final desses desafios. Houve inúmeros momentos em minha vida profissional em que me vi enredada, sem saber como agir diante dos problemas que se apresentavam a mim na sala de aula.
As leituras que fiz ao longo do curso e principalmente as que tenho feito durante o estágio tem esclarecido muitas dúvidas e me impulsionado pra outros terrenos (a psicanálise, por exemplo)em busca das soluções para as dificuldades que venho enfrentando.
Esse despertar para a teoria e essa procura por respostas na teoria tem sido muito importante pra mim tanto profissional como pessoalmente.

domingo, 20 de junho de 2010

Semana 10

Foi uma semana muito fértil pra mim e para as crianças também, acredito. Pude ver onde preciso intervir de forma mais efetiva, em que aspectos o trabalho precisa ser aprimorado e senti a necessidade de organizá-los em grupos por níveis para atender melhor as necessidades específicas de cada aluno, visando transpor os obstáculos que ainda os impede de avançar no aprendizado da língua escrita. Claro que não são todos, é uma minoria, mas meu objetivo é alfabetizar e letrar a todos, é não ter retenções no final do ano. Pretendo fazer algumas mudanças nos encaminhamentos daqui pra frente. Vou intensificar as atividades de leitura e escrita e as intervenções junto aos alunos que ainda não superaram o nível silábico e atender mais individualmente o aluno novo, que está pré-silábico.

Semana 9

Voltar à escola depois de ficar fora quase 14 dias poderia ser uma experiência ao mesmo tempo emocionante e frustrante. Emocionante por estar novamente com meus alunos. frustrante porque eles poderiam ter se perdido depois de passarem por vários professores e situações, em que a linha de trabalho é muito diferente da que havíamos construído juntos.
Que linda surpresa eu tive!! Primeiro a emoção do retorno, depois a alegria (e o alívio) em ver que tudo o que tínhamos feito até ali, não havia se perdido. Um sinal de que para as crianças está sendo importante o estamos vivendo juntos. Num primeiro momento precisei lembrá-los das nossas combinações, mas à medida em que os dias passavam, a vida foi voltando ao normal.Nas diferentes situações e atividades que propus aos alunos durante essa semana, observei que estão evoluindo rapidamente, praticamente toda turma mudou de nível de construção da lecto-escrita e os alunos estão superando as dificuldades que encontravam até aqui, ratificando a certeza de que estou no caminho certo ao propor um trabalho com ênfase na literatura infantil e na matemática. A literatura dá conta de algumas questões subjetivas e ajuda as crianças a lidar com seus medos e angústias “é ouvindo histórias que se pode sentir... e enxergar com os olhos do imaginário... abrir as portas à compreensão do mundo”(ABRAMOVICH,1995, p.17). O aspecto lúdico presente no ler e contar histórias pode mobilizar as crianças e estimulando-as a envolver-se em desafios propostos, desenvolvendo assim a capacidade de analisar, formular hipóteses, questionar, interpretar, quantificar. A aprendizagem da matemática está vinculada a situações e contextos cultural e socialmente significativos para a criança. "A Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos.O significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos. ((MEC/SEF, 1998, v.4, p.19).

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Semana 8

Era pra ser mais uma semana divertida e de muitas aprendizagens importantes, mas...um ônibus com um motorista louco, cruzou o meu caminho, cortou a minha frente e me obrigou a frear...

O resultado foi um tombo, que não teve consequências mais graves porque eu estava a uma velocidade baixa. Mas foi suficiente pra me deixar fora da sala de aula por 15 dias, com um joelho machucado, rasgado, costurado e uma mão aparentemente pouco ferida, mas com uma lesão interna que me impedia de fazer as coisas mais simples do cotidiano, como escrever, digitar ou manusear o mouse...

A reflexão que faço dessa semana 8 não está diretamente ligada ao estágio, visto que estive fora da sala de aula, mas como minha vida está totalmente voltada a ele nesses últimos meses...

Descobri que a beleza e o valor da vida está nas pequenas coisas que muitas vezes, passam desapercebidas. E é com esse olhar, que pretendo retornar à ativa na semana 9: Buscando naquilo que normalmente não é visto ou ouvido, o pedacinho mais importante da minha prática e valorizar cada produção e cada movimento das minhas crianças em direção à aprendizagem daquilo que realmente interessa: saber viver!!!!

Semana 7

ELEIÇÃO DOS NOVOS CHEFES DE GRUPO:

Uma atividade simplesmente magnífica!!!! Não há outra palavra para descrevê-la
O meu objetivo de trabalhar cidadania, respeito, colaboração, solidariedade ficou expresso e salientado nesse dia, nesse momento. Saí da escola em êxtase...

"No momento da eleição as crianças são chamadas a exercerem seu desejo e discernimento, escolhendo aquele que gostariam pra ser chefe, submetendo-o, através de seu voto, à vontade social, na medida em que seu candidato pode ou não ser eleito." (Rocha, 2005, p. 58)

Os meus alunos demonstraram uma maturidade impressionante durante todo processo eleitoral, que durou quase duas horas. Todos permaneceram em seus lugares, falando baixinho, em respeito a quem votava. Os mesários souberam desempenhar os seus papéis mantendo igual postura e as escrutinadoras contaram, registraram os votos e declaram eleitos os mais votados, fazendo os cálculos necessários com muita seriedade e correção: sem esquecer de contar os votos para conferir se não houve fraude.

De fato posso afirmar que essas crianças saberão participar de uma eleição com o respeito e a responsabilidade que esse momento exige. Estou muito orgulhosa dos meus baixinhos. Também é importante dizer que era meu objetivo desde sempre chegar nesse nível de trabalho com a turma. Alfabetizar é muito, mas muito mais que ensinar a ler e escrever. E isso, estamos conseguindo,com a turma A23.


Infelizmente, depois desse fato tão importante pra mim e tenho certeza para os meus alunos também, eu sofri um acidente de moto, ao me deslocar para a outra escola em que trabalho no turno da tarde e o nosso “show” precisou ser interrompido...
Mas posso afirmar que nenhuma dor pode suplantar a emoção e a alegria que senti com o que vi e vivi durante a manhã do dia 24 de maio de 2010.

O resultado do acidente foi um joelho muito machucado internamente e a impossibilidade de caminhar e trabalhar nos outros dias daquela semana.

Semana 6

Nas atividades de escrita espontânea observo um grande progresso dos alunos na construção de frases e textos, que apresentam um conteúdo mais criativo e um cuidado maior na elaboração, (principalmente os alfabéticos) e uma grande evolução nos alunos pré-silábicos, silábicos e silábicos alfabéticos. Posso ver que, com apenas dois meses de trabalho com esse projeto, os resultados são positivos e aparecem com muita rapidez. Meus alunos não só estão aprendendo a decodificar um código convencionalmente construído, mas estão se apropriando da escrita.

"Ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e escrever; aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e decodificar a língua escrita; apropriar-se da escrita é tornar a escrita “própria”, ou seja, é assumi-la como sua “propriedade”. (Soares, 2002, pag 39).

O primordial no trabalho, a partir de agora, é fazer com que todos assumam essa postura de “proprietários”. Aí sim, poderei dizer que o trabalho valeu!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Semana 5 - um pouco mais

Mesmo terminando a semana um pouco descontente por conta de tudo o que me aconteceu e por não ter conseguido fazer aquilo tinha planejado desde o início, ao escrever o relato para o wiki, "acordei" pra algumas aprendizagens que eu realizei e para o aprofundamento que consegui em relação a alguns alunos, que até o momento em que escrevi a primeira postagem da semana 5, eu não tinha vislumbrado. Então, concluí que de tudo o que fazemos no estágio, um dos momentos mais importantes e ricos é exatamente esse, no qual sentamos para pensar, repensar e escrever o que fizemos. Colocar no “papel” tudo o que foi experimentado de forma analítica, é uma atividade que não fazia assim, de forma sistemática. Eu sempre refleti sobre o que estava fazendo, mas raramente escrevia minhas reflexões. Vejo agora, como é importante escrever aquilo que pensamos, pois no momento em que elaboro e organizo o pensamento para escrever, descubro novos fatos, percebo detalhes que tinham passado, encontro soluções para o que não deu certo, enxergo outras possibilidades de trabalho para dar conta daquilo que na me satisfez. Essa parada obrigatória para refletir, analisar, elaborar, sistematizar e escrever, cria novas necessidades, encaminha novas leituras e qualifica ainda mais a minha prática.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Semana 5

Essa é daquelas semanas que poderia sumir do calendário. Tudo que tentei dizer, foi interpretado de forma contraditória e equivocada. Fiquei doente, por causa de um cachorro quente, tivemos paralização, assembleia geral na escola.... Todos momentos de aprendizagem pra mim, pois sempre que há encontro, relacionamento, debate, diálogo, discussão sempre resulta aprendizagem significativa, mesmo que a princípio não percebamos. Estou postando hoje pra dar conta da exigência cronológica imposta pela universidade, contra a qual me rebelei e aprendi que agindo dessa forma eu só tenho a perder, regras foram feitas para serem cumpridas, não é mesmo? Apesar de todos os grandes gênios da história terem obtido notoriedade exatamente por transgredirem as regras de sua época... Um período em que eu não soube ouvir, em que eu não fui ouvida, e que me fez acreditar ainda mais na coerência e eficácia do trabalho ao qual estou me propondo no estágio: valorizar a oralidade, ouvir e conhecer meus alunos, proporcionar a eles momentos de diálogo, debate, escolha, decisão, democracia, respeito mútuo, aprendizagem, troca, cooperação, compartilhamento. Num mundo em que cada vez mais nosso valor está vinculado ao ter e não ao ser, é demasiado importante ensinar às nossas crianças o valor da amizade, da fraternidade, da solidariedade, da compreensão, da tolerância, da verdade...
Nesse sentido a semana pra mim foi de supremo valor. Os desapontamentos perdem a força diante da alegria e do prazer de conseguir alcançar meus objetivos lenta e profundamente nesse estágio...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Semana 4

Foi mais uma semana incrível! Dessa vez resolvi deixar que as crianças me contassem a história ao invés de eu ler ou contar a elas. Pude observar o quanto evoluíram tanto na maneira de falar e organizar o que iriam dizer como na postura diante da fala dos outros. E pra melhorar, muitos alunos que, normalmente não se pronunciavam, nesse trabalho pediram pra falar e colaboraram com a construção oral do texto.
Experimentei coisas novas: gravei as crianças falando, pedi que escrevessem a história (até aqui as atividades que envolviam escrita de textos restringiam-se às produções coletivas, as crianças só escreviam sozinhas palavras e frases). Além disso, trabalhamos com receita, produzimos biscoitos e fizemos cálculos que superam a expectativa para o ano ciclo (multiplicação, por exemplo).
Tudo o que tenho vivido e aprendido até aqui tem me feito vibrar e me apaixonar pela turma e pelo trabalho docente. É visível a evolução dos alunos.
Observei que muitos estão com medo de escrever, pois acreditam não saber. Esse será o meu maior desafio agora: fazer com que tenham segurança para escrever dentro das suas hipóteses de construção da escrita para que eu possa intervir de forma positiva e levá-los a questionar-se acerca de como se escreve, sem medo de errar, acreditando que cada fase do processo é um degrau na escada que os levará para a alfabetização e para o letramento.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Semana 3

Penso que nessa semana, apesar da variedade e riqueza das atividades e aprendizagens, não consegui êxito no meu propósito de relacionar literatura infantil e matemática.
O trabalho foi produtivo e significativo.
O lúdico estava presente (mais que em outras semanas, acredito), o que dá conta de um dos objetivos desse projeto.
Novos conceitos foram aprendidos por mim e pelos alunos, outros caminhos encontrados para chegar ao sucesso (A inserção dos jogos de competição no trabalho auxiliou-me a conhecer melhor os alunos - suas reações diante dos desafios, capacidade de concentração, coordenação motora ampla, freio inibitório, espírito de equipe, etc).
Mesmo assim o link entre as duas “cordas” centrais do projeto foi muito frágil, faltou amarração ou pelo menos apertar o nó.

domingo, 2 de maio de 2010

Semana 2

Apesar de ter sido uma semana mais curta e de ter tido alguns problemas com o tempo de realização e a organização de algumas atividades observo que estou conseguindo estabelecer a relação pretendida entre a teoria e a prática. Mas ainda está longe da qualidade que quero alcançar com esse trabalho. O caráter interdisciplinar esteve mais presente nessa semana pois através do texto escolhido pude linkar além da matemática (questões envolvendo tempo, contagem de tempo e numeração) e da Língua materna (leituras e atividades de oralidade e escrita)com as questões socio culturais que estiveram presentes em todos os momentos da semana e foram bem analisadas e compreendidas pelas crianças, de uma forma geral.
Tenho algumas dúvidas e conflitos no que se refere a sistematização da escrita, pois acho que deixei a desejar essa semana. Foram poucos os momentos em que as crianças escreveram ou foram questionadas sobre o assunto. Em compensação pensaram muito, falaram bastante e mostraram um grande avanço nas questões que envolvem a oralidade. Por esse aspecto o trabalho valeu.
Preciso pesquisar mais e viabilizar uma maneira de trabalhar, em que sejam contempladas todas as nuances da Língua, sem privilégio de uma sobre a outra ou essas alternâncias que vem ocorrendo nessas primeiras semanas de trabalho.
Alguns objetivos têm sido alcançados semanalmente: diferentes tipos de textos tem sido apresentados aos alunos, as crianças estão analisando situações diversas, formulando hipóteses, questionando a própria realidade, interpretando textos e imagens e resolvendo os problemas que lhes são apresentados com imaginação e criatividade. Também sinto que estão mais autônomas e críticas em relação ao que lhes é proporcionado tanto na escola como na vida fora dela.
Eu tenho sentido cada vez mais dificuldade em planejar pra turma, porque eles estão ficando exigentes, críticos e questionadores. Além disso, eu também não me contento mais com uma aula pouco pensada ou elaborada às pressas. Aliado a isso tem a preocupação com a avaliação do estágio...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Primeira Semana

Tive muita dificuldade para elaborar do projeto de estagio e o primeiro plano semanal. Penso que as dificuldades encontradas estavam relacionadas principalmente ao referencial teórico. Eu sabia o que queria e como iria fazer, mas não conseguia relacionar isso a toda à teoria estudada durante o curso. Precisei me debruçar sobre os livros durante três dias para encontrar na bibliografia fundamentação teórica para o meu projeto.

Reler Smole, Abramovich, PCN's, Ferreiro, Teberosky, Grossi, Rocha entre outros me ajudou a ver que hoje, já não sou mais a mesma professora que iniciou o curso em 2007. mudaram minhas convicções e entendi a importância de pensar o trabalho.

A utilização de diferentes portadores de textos, por exemplo era uma prática que não fazia parte do meu cotidiano profissional. Entendi que essa variação mostra à criança a importância da escrita na nossa sociedade e as finalidades para as quais é usada."A capacidade de reconhecer diferentes gêneros textuais e identificar suas características gerais favorece bastante o trabalho de compreensão, porque orienta adequadamente as expectativas do leitor diante do texto." (BRASIL, Ministério da Educação/SEB. Pró-Letramento: Programa de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental: alfabetização e linguagem 2007).

Também encontrei em Rocha e Smole a fundamentação para justificar o trabalho em grupos e a maneira como organizo os alunos em grupo nas minhas aulas.

Conforme Cândido (in Smole at all, 2001, p. 27), sem interação social a lógica da criança não se desenvolve plenamente, porque é nas situações interpessoais que ela sente-se obrigada a ser coerente.

Convém salientar que a maneira como serão constituídos os grupos de trabalhos é muito importante. Penso que é necessário dar uma atenção especial a esse momento. Comungo com a ideia de que os grupos devem ser formados a partir de uma eleição que escolherá os chefes de grupo e esses farão a escolha dos componentes, podendo os escolhidos aceitarem ou não. Essa perspectiva de formação dos grupos auxilia o desenvolvimento sócio-afetivo da criança, pois

"No momento da eleição as crianças são chamadas a exercerem seu desejo e discernimento, escolhendo aquele que gostariam pra ser chefe, submetendo-o, através de seu voto, à vontade social, na medida em que seu candidato pode ou não ser eleito." (Rocha, 2005, p. 58)

A busca por fundamentação afasta os "achismos" e torna nosso trabalho mais eficiente, pois nos dá mais segurança em relação ao que estamos fazendo, pois temos como argumentar, caso sejamos questionadas sobre o que estamos fazendo.

Inclui muitos momentos em que a oralidade é valorizada nas minhas aulas. Essa era uma prática pouco explorada por mim, mesmo durante o curso. Nesses primeiros momentos do estágio, já observo uma preocupação grande com a oralidade. Tanto que dedico parte das aulas, diariamente, ao diálogo com os alunos.

"Os alunos devem aprender a escutar com atenção e compreensão, a dar respostas, opiniões e sugestões pertinentes nas discussões abertas em sala de aula, falando de modo a serem entendidos, respeitando colegas e professores(as), sendo respeitados por eles. Além do jogo de pergunta e resposta e da discussão, normalmente empreendidos nas atividades de interpretação de textos lidos, outras situações devem ser implementadas para incentivar a participação oral dos alunos: organização da rotina diária, produção coletiva de textos, decisões coletivas sobre assuntos de interesse comum, planejamento coletivo de festas, torneios esportivos, a “rodinha” e outros eventos."(BRASIL, Ministério da Educação/SEB. Pró-Letramento: Programa de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental: alfabetização e linguagem 2007).

sábado, 10 de abril de 2010

Será que conhecemos verdadeiramente o lugar onde trabalhamos?

Ao me deparar com os itens a serem respondidos para elaborar o projeto de estágio e as descrições do bairro, da escola, da turma, nossa! Não sei onde trabalho! Precisei pesquisar na rede sobre a história do bairro Lomba do Pinheiro, como foi sua ocupação, a distribuição das terras e descobri que há explicação até para os terrenos com uma única família morando e para as árvores plantadas e animais criados pelos moradores (a origem rural das famílias). Lendo sobre a história da escola entendi a forte atuação da comunidade nas questões políticas da escola, pois é responsabilidade dessa comunidade a escola estar do tamanho que está e pertencendo à Capital do Estado. O que temos como instituição de ensino é consequência de um árduo e incansável trabalho comunitário junto a seus representantes legislativos e executivos. Por isso, essa comunidade é tão presente nas decisões políticas da escola e tão questionadora em relação ao nosso trabalho. Não vejo na Lomba uma delegação de poderes supremos ao corpo docente da escola, como vivenciei em outros locais nos quais trabalhei. Há que se prestar contas do que estamos fazendo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tudo pronto pra começar!!!

Escrever com data marcada é ruim! Hoje não consigo colocar algo se significativo aqui. Estou com o wiki do estágio feito e quase todas as informações da escola e da turma lá postadas. Para cumprir essa primeira atividade de me dei conta que há informações sobre os alunos que são importantes e que eu não tenho... Há uma falha aí! Tenho que corrigi-la... Dentro de dois dias terei meu primeiro encontro com o professor e a tutora que irão orientar-me durante o meu estágio. Hás muita expectativa, um pouco de medo, um questionamento imenso e intenso acerca da prática e de como aplicar o que tenho aprendido ao longo dos anos na faculdade.
Talvez amanhã eu consigo expressar com mais clareza como estou desenvolvendo as atividades iniciais do estágio e como está sendo esse contato com a turma e com a escola.
O que posso adiantar é que irei fazer o estágio curricular na turma A23, na EMEF Saint'Hilaire (Porto Alegre), como havia me proposto desde o início.

domingo, 21 de março de 2010

Uma nova etapa

Estamos iniciando uma nova etapa no curso.
É hora de por em prática o que aprendemos durante os seis semestres anteriores. Estou bastante ansiosa com o que vem pela frente.
Quero fazer meu estágio numa turma de alfabetização em uma escola do bairro Lomba do Pinheiro em Porto Alegre. Estou apenas aguardando a confirmação da Secretaria de Educação do Município para efetivar o trabalho.
Escolhi essa turma, por se tratar de um ano ciclo com o qual tenho mais intimidade, afinal tenho trabalhado com classes de alfabetização de crianças desde que comecei no magistério. O desafio está em trabalhar numa escola ciclada.
A escola possui um grupo que trabalha junto, que dá suporte a quem chega novo e inexperiente como eu, proporciona momentos de reflexão e planejamento individuais e em grupo.
A supervisão pedagógica está sempre atenta ao nosso trabalho, além de nos ouvir e dar suporte emocional quando estamos sensíveis, sejam por problemas pessoais ou profissionais. Esse é o grande diferencial.
É por isso que escolhi a EMEF Saint Hilaire.
Minha turma é uma paixão. São 28 pequenos, com idade entre 7 e 10 anos, apenas uma menina está repetindo o ano ciclo e quase todas são oriundos da mesma turma de 2009.
Pode ser melhor?

Outros detalhes eu conto no pbwork do estágio, quando a SMED me conceder a permissão para estagiar no Saint Hilaire.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

É preciso provar que houve aprendizagem, senão não vale!

Meus progressos não são suficientes para avançar na Academia Federal. Porque preciso estar presente, aprender não é o mais importante!

O curso é à distância feito para professores que não tiveram condições de fazê-lo em outra modalidade, mas há que se honrar a lei e ter 75% de frequência, num mesmo horario em que temos que estar lecionando.
Não há lei que ampare o professor que trabalha 60h a ter o direito de fazer a graduação à distância numa Universidade pública...
Hoje entendo o que sentem os jovens e os adultos que acabam desistindo da escola.
Fizemos muitas exigências, negligenciamos os tempos deles e seus espaços, não enxergamos sua realidade cultural e socio economica. Pra nós, bons são aqueles que correspondem às nossas expectativas enquanto profissionais da educação que tudo sabemos! E se o cara não grita ao mundo, não chora ou esperneia seus problemas aos quatro cantos, somos incapazes de entendê-lo, de enxergá-lo ou perceber suas possibilidades.
Hoje eu não sou só professora! Virei gente! E devo isso A UFRGS que me fez ver, da maneira mais dolorosa, como devo agir com aquele cara que aparentemente não está respondendo aos meus estímulos, até porque esses chamamentos talvez não lhe cheguem aos olhos ou aos ouvidos.
As pessoas que atuam como professores na UFGRS fazem parte de um outro mundo, o mundo dos livros, das grandes teses e teorias. Poucos são os que conhecem (e se conheceram, será que lembram?) como é a vida real aqui fora no mundo plebeu!
Escrevem lindos livros e artigos e na hora de por em prática...
Nos cobram posturas que são incapazes de ter!
Durante toda uma vida sonhei com a Federal!
Em 2005 passei no vestibular para o curso regular de pedagogia, depois de 20 anos de expectativa, mas não tive o privilégio de cursar, pois na UFGRS só entra quem não precisa desesperadamente trabalhar. Quem, como eu, tem família pra sustentar terá que pagar um curso de graduação.
Mas em 2007 uma nova oportunidade me foi dada! E eu honrei a chance. Fui lá e passei no vestibular, mesmo já tendo vínculo no mesmo curso ( me foi negado o direito de transferência de modalidade).
Agora, depois de vários tropeços, caídas, avanços, deslizes e progressos chego perto do fim.
Mas sinto que não terei condições de continuar.
Exigem de nós um tempo que não temos! E não sou só eu que reclamo! Pra Federal o importante é o status, o nome!
Fico imaginando que tipo de exigências nos serão feitas no estágio curricular. A nós que já somos professoras a tanto tempo!
Acho que esquecem que não somos garotinhas com todo o tempo do mundo pra faculdade e com famílias dando suporte financeiro. E não venham me dizer que não é bem assim, porque sei como é o regular! Tenho uma filha lá! Que sofreu um bocado pra dar conta do estágio, emagreceu 5kg, passou várias noites sem dormir, comeu mal, deixou de viver por 4 meses!
Fico imaginando como eu estarei no final da jornada...
Levanto normalmente 5:30 da manhã. Viajo cerca de 40km pra chegar na primeira escola. Dou aula toda a manhã. Saio de lá, viajo mais 5km pra chegar na segunda escola. Almoço o que sobra dos alunos, porque não tenho grana pra almoçar num restaurante! E de cansaço, acabo dormindo ao tentar ler a imensidão de textos que nos mandam... Passo a tarde toda em sala de aula. Saio de lá 17:30 e tenho exatamente 1h para percorrer mais de 50km. Pensam que é o retorno à casa, à família? Não!
Vou pra outra escola, entro em sala de aula e atendo outros alunos (agora jovens e adultos) por mais 4h. Mas ainda não acabou a jornada diária! chego em casa por volta das 23h. Aí tomo banho, verifico se sobrou algum filho acordado pra eu dar boa noite, vejo se a marmita do mais velho foi arrumada (porque se não foi terei de fazê-lo). Por volta das 0:30h sento à frente do computador e se não durmo ali mesmo, sentada, tento ler e-mails e ver o que mais há pra fazer. Nunca durmo antes da 1h da manhã.
Como vou dar conta dessa rotina de trabalho e mais um estágio e todas as exigências que com ele virão?
Se reclamo do muito que há pra ler e da complexidade das atividades tenho como respostas: tens que escalonar prioridades. A Universidade está certa em sua postura, tu é que tem a vida muita cheia de coisas... terás que abrir mão de alguma coisa. Se não me queixo e mesmo assim não dou conta de tudo, sou reprovada, sem direito à recuperação com a alegação de que tive faltas além do limite estabelecido e que não fiz os trabalhos. Pior ainda: também não sou comunicada dessa decisão e passo todo um mês dedicado à recuperação envolvida com atividades que pra fim de avaliação de nada valem, porque tu já rodou e ninguém pode te dizer isso em tempo de evitar essa gastura toda!
Quando chega o final de semana é aula sábado pela manhã (trabalhei TODOS os sábados do segundo semestre por causa de uma maldita gripe)> chego em casa, no sábado, por volta das 14h e não raramente caio morta no sofá, na maioria da vezes sem comer, tamanho é o cansaço. Quando finalmente acordo, além das aulas para preparar para 6 turmas, tenho ainda os textos e trabalhos da faculdade pra fazer. Claro que isso não é nada! No início de cada semestre tudo é festa, mas no final, com as avaliações dos alunos e um milhão de prazos pra cumprir no trabalho, a academia acaba ficando pra trás, porque, infelizmente meu findi só tem 48h, das quais muitas acabam sendo utilizadas para dormir, porque o corpo não aguenta tanto esforço...
Vocês irão dizer que tem pessoas em pior situação. Há flagelados no mundo, gente que não tem o que comer, com problemas e dificuldades que transformam a minha num grão de areia. Mas se é assim, porque preciso ser esmagada pela universidade? Por que terei que receber o canudo tão esperado, sem condições de usufruir do seu significado com saúde e lucidez?
Eu passei no concurso público mais concorrido da minha área recentemente. Eu alfabetizo pelo crianças e adultos a mais de 12 anos, sempre com percentuais altíssimos de aprovação e de efetiva aprendizagem. Sei que tenho conhecimento sobre o assunto. Já estudava-o mesmo antes da UFRGS. Mas agora preciso provar que sei e aplicar o que sei dentro dos padrões exigidos pela universidade. O que a LDB traz como avanço na avaliação só é usado em relação a nós quando justifica a atitude do professor na reprovação. Queria ver se fosse como no município de POA que para reprovar temos que provar que o aluno não tem condições de continuar, como fariam para provar que eu não tenho condições de dar conta do que foi estudado na interdsciplina...
Não trago em meu corpo nenhuma marca, não me falta movimento em nenhum membro, enxergo, escuto, sou "normal", mas fui uma excluída social por toda uma vida, por que nasci mulher e pobre e depois separada e pobre. O acesso e a permanência me foram negados por muito tempo. E agora mesmo tendo acessado, sinto que minha permanência está cada vez mais difícil em virtude dos enormes obstáculos que a vida e a Academia têm colocado no meu caminho.
Eu sei que essa postagem será muito mal vista pelos professores. Serei taxada de reclamona, vão achar que quero arrancar a aprovação na cadeira que rodei.
Pensem o que pensar, o que sei, é que aprendei a ser melhor professora a partir desse episódio.
A partir daqui terei mais cuidado ao avaliar e tirar conclusões a respeito dos meus alunos aparentemente negligentes!
Vou arcar com todas as consequências do que escrevo e digo!
O blog é pra isso! Registrar nossa trajetória, aprendizagens, progressos, dificuldades...
O que escrevo aqui é o que sinto agora!
Pode ser que mude, um dia. Mas nesse momento é assim que sinto!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lendo os textos de Linguagem aprendi que é muito importante mostrar à criança e fazê-la perceber a estrutura sonora das palavras, devido a forte relação existente entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita. Essa habilidade tem dois níveis: a consciência de que a língua oral pode se segmentar em unidades e a consciência de que essas unidades se repetem em diferentes palavras faladas. Há outras habilidades relacionadas à consciência fonológica: rimas (correspondência a partir da sílaba tônica de duas palavras - o som é o mesmo, independente da grafia); na aliteração há correspondência no início e no meio de palavras; já na consciência sintática é a capacidade de segmentar a frase em palavras e organizá-las numa sequência com sentido e a consciência silábica é a capacidade de dividir palavras em sílabas. A consciência fonêmica é a capacidade de analisar os fonemas e de relacionar esses fonemas com as letras que os representam. Entendi a necessidade de sabermos disso e conhecermos essas habilidades, de mostrar às crianças como nossa língua está estruturada e as relações entre a fala e a escrita para que obtenhamos sucesso na processo ensino-aprendizagem da língua materna.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Arquiteturas Pedagógicas

Mesmo depois de ler os textos e estudar sobre PA's e outras arquiteturas pedagógicas, ainda me sinto insegura acerca do assunto. Tivemos como proposta de trabalho a elaboração de PA's, mas confesso que não houve de minha parte a dedicação necessária nessas atividades. Talvez por isso ainda encontre dificuldades em entender o funcionamento dessa arquitetura.
Como não tinha acesso à internet antes de 2005, não tenho condições de estabelecer comparações entre a web "antiga" e essa denominada 2.0. Mas consigo compreender que a atual, com nova denominação tem além de um novo nome, uma mudança relevante nos seus propósitos e formas de acesso, que agora, são mais simples e fáceis, dispensando a necessidade de conhecimentos técnicos sofisticados para acessá-la. Ela se apresenta muito mais como ambiente de convivência, colaboração, cooperação entre os usuários que buscam conhecer e aprender mais sobre algum assunto.
Lendo os textos entendi que as arquiteturas são estruturas de aprendizagem nas quais utilizamos diversos componentes e onde o tempo e o espaço pedagógicos são variáveis e têm uma outra concepção, moldados de acordo com as necessidades e possibilidades de quem aprende, diferente do ensino tradicional em que o espaço é restrito à sala-de-aula e o tempo é pré determinado pelo professor. O papel do professor nas arquiteturas é de mediador da aprendizagem. "A ação dos professores tem como exigência a pesquisa, o registro e a sistematização ao planejar e avaliar as experiências de aprendizagem para seus alunos."

Um aspecto importante a se salientar nas arquiteturas pedagógicas é o caráter interdisciplinar que lhes é conferido. No caso dos PA's, por exemplo, como o assunto a ser estudado parte da curiosidade dos alunos, daquilo que eles já têm pré concebido e das dúvidas que apresentam acerca desses mesmos assuntos a interdisciplinariedade estará necessariamente presente, porque, acredito, tudo está de alguma forma interligado na vida. Os fenômenos dependem de diversos fatores para acontecerem. A vida de uma forma geral é organizada em ciclos, nos quais diferentes aspectos da natureza se relacionam, logo não dá pra estudar qualquer aspecto da vida sob uma única variável ou com o olhar voltado apenas pra um "lado".
Uma preocupação que tenho em relação às arquiteturas é como viabilizar um trabalho como esse nas escolas nas quais trabalhamos e nas comunidades nas quais nossos alunos estão inseridos? O acesso à internet é muito restrito, ainda. E se as arquiteturas pressupõe o uso da web, como fazer?
O trabalho com PA's me parece interessantíssimo, mas há uma estrada longa a caminhar para que se concretize essa ideia de fato nas escolas públicas. Nós educadores precisamos despir as roupas velhas e acreditar nessa proposta. Mas será que estamos realmente prontos?

O leitor

Assisti o filme O Leitor hoje. Vários aspectos chamaram minha atenção. A maneira como Hanna escondia o fato de ser analfabeta e o seu amor pela literatura, que a fazia solicitar que as pessoas lessem pra ela. Sua vergonha pela sua condição era tão grande que desistiu de uma promoção no emprego e assumiu a culpa pela morte de 300 judeus num acampamento nazista pra não ter que se declarar analfabeta. Impressionante é pensar que ainda hoje observamos comportamentos como esse, talvez não tão extremos, mas igualmente dolorosos. Emocionante ver como ela aprende a ler e escrever com a ajuda das histórias gravadas, acompanhando a narração das mesmas nos livros. Hanna descobriu um jeito próprio de se alfabetizar. Fiquei pensando na força social que tem o preconceito e do valor social que tem a alfabetização e o letramento. Também me reportei para minha turma de EJA, aos alunos que buscam o aprendizado da Língua Materna, à importância do nosso trabalho e entendi porque muitos desistem, evadem, levados por uma força interna que supera a própria vontade de aprender a ler e escrever. Maior ainda é minha responsabilidade a partir de agora.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Uma língua antiga, uma nova aprendizagem

Mesmo sendo um código antigo e conhecido por muitos, a LIBRAS e sua importância para as pessoas surdas tangia a minha realidade pessoal e profissional. Talvez isso se deva por eu nunca ter convivido de perto com essa deficiência. Na verdade nunca havia sentido necessidade de saber a LIBRAS.

Mas hoje, fazendo um trabalho de recuperação deparei-me com a angústia de não entender o que conversavam quatro mulheres. Falo do Vídeo BAR, enviado para nós pela professora Janaína para que fizéssemos a interpretação do mesmo.
Em BAR, as 4 mulheres conversavam sobre suas bebidas favoritas. Eu descobri que se tratava de chocolate quente, porque cada uma delas tinha à sua frente, sobre a mesa, um copo contendo chocolate quente com chantilly.
Minha leitura das cenas se deu mais por suposição do que por conhecimento da Língua. Precisei recorrer a um dicionário on line para decifrar alguns dos sinais feitos pelas amigas. Mas, como em todas as Línguas, havia sinais que não estavam registrados no dicionário, por se tratarem de elementos regionais (chimarrão, por exemplo). Solicitei, então à minha filha que tentasse lembrar do que aprendeu na cadeira presencial de LIBRAS. Ela lembrou de alguns sinais, mas não soube traduzir o video na íntegra, porque já havia tempo que não tinha contato com LIBRAS.
Fiquei preocupada! Se um aluno surdo chegar em minha sala-de-aula como farei para compreendê-lo?
Por outro lado, com a leitura dos textos propostos, pude compreender a importância da LIBRAS para os surdos e a necessidade de ensiná-la às crianças o mais cedo possível para que possam se sentir verdadeiramente inseridas no mundo.