segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lendo os textos de Linguagem aprendi que é muito importante mostrar à criança e fazê-la perceber a estrutura sonora das palavras, devido a forte relação existente entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita. Essa habilidade tem dois níveis: a consciência de que a língua oral pode se segmentar em unidades e a consciência de que essas unidades se repetem em diferentes palavras faladas. Há outras habilidades relacionadas à consciência fonológica: rimas (correspondência a partir da sílaba tônica de duas palavras - o som é o mesmo, independente da grafia); na aliteração há correspondência no início e no meio de palavras; já na consciência sintática é a capacidade de segmentar a frase em palavras e organizá-las numa sequência com sentido e a consciência silábica é a capacidade de dividir palavras em sílabas. A consciência fonêmica é a capacidade de analisar os fonemas e de relacionar esses fonemas com as letras que os representam. Entendi a necessidade de sabermos disso e conhecermos essas habilidades, de mostrar às crianças como nossa língua está estruturada e as relações entre a fala e a escrita para que obtenhamos sucesso na processo ensino-aprendizagem da língua materna.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Arquiteturas Pedagógicas

Mesmo depois de ler os textos e estudar sobre PA's e outras arquiteturas pedagógicas, ainda me sinto insegura acerca do assunto. Tivemos como proposta de trabalho a elaboração de PA's, mas confesso que não houve de minha parte a dedicação necessária nessas atividades. Talvez por isso ainda encontre dificuldades em entender o funcionamento dessa arquitetura.
Como não tinha acesso à internet antes de 2005, não tenho condições de estabelecer comparações entre a web "antiga" e essa denominada 2.0. Mas consigo compreender que a atual, com nova denominação tem além de um novo nome, uma mudança relevante nos seus propósitos e formas de acesso, que agora, são mais simples e fáceis, dispensando a necessidade de conhecimentos técnicos sofisticados para acessá-la. Ela se apresenta muito mais como ambiente de convivência, colaboração, cooperação entre os usuários que buscam conhecer e aprender mais sobre algum assunto.
Lendo os textos entendi que as arquiteturas são estruturas de aprendizagem nas quais utilizamos diversos componentes e onde o tempo e o espaço pedagógicos são variáveis e têm uma outra concepção, moldados de acordo com as necessidades e possibilidades de quem aprende, diferente do ensino tradicional em que o espaço é restrito à sala-de-aula e o tempo é pré determinado pelo professor. O papel do professor nas arquiteturas é de mediador da aprendizagem. "A ação dos professores tem como exigência a pesquisa, o registro e a sistematização ao planejar e avaliar as experiências de aprendizagem para seus alunos."

Um aspecto importante a se salientar nas arquiteturas pedagógicas é o caráter interdisciplinar que lhes é conferido. No caso dos PA's, por exemplo, como o assunto a ser estudado parte da curiosidade dos alunos, daquilo que eles já têm pré concebido e das dúvidas que apresentam acerca desses mesmos assuntos a interdisciplinariedade estará necessariamente presente, porque, acredito, tudo está de alguma forma interligado na vida. Os fenômenos dependem de diversos fatores para acontecerem. A vida de uma forma geral é organizada em ciclos, nos quais diferentes aspectos da natureza se relacionam, logo não dá pra estudar qualquer aspecto da vida sob uma única variável ou com o olhar voltado apenas pra um "lado".
Uma preocupação que tenho em relação às arquiteturas é como viabilizar um trabalho como esse nas escolas nas quais trabalhamos e nas comunidades nas quais nossos alunos estão inseridos? O acesso à internet é muito restrito, ainda. E se as arquiteturas pressupõe o uso da web, como fazer?
O trabalho com PA's me parece interessantíssimo, mas há uma estrada longa a caminhar para que se concretize essa ideia de fato nas escolas públicas. Nós educadores precisamos despir as roupas velhas e acreditar nessa proposta. Mas será que estamos realmente prontos?

O leitor

Assisti o filme O Leitor hoje. Vários aspectos chamaram minha atenção. A maneira como Hanna escondia o fato de ser analfabeta e o seu amor pela literatura, que a fazia solicitar que as pessoas lessem pra ela. Sua vergonha pela sua condição era tão grande que desistiu de uma promoção no emprego e assumiu a culpa pela morte de 300 judeus num acampamento nazista pra não ter que se declarar analfabeta. Impressionante é pensar que ainda hoje observamos comportamentos como esse, talvez não tão extremos, mas igualmente dolorosos. Emocionante ver como ela aprende a ler e escrever com a ajuda das histórias gravadas, acompanhando a narração das mesmas nos livros. Hanna descobriu um jeito próprio de se alfabetizar. Fiquei pensando na força social que tem o preconceito e do valor social que tem a alfabetização e o letramento. Também me reportei para minha turma de EJA, aos alunos que buscam o aprendizado da Língua Materna, à importância do nosso trabalho e entendi porque muitos desistem, evadem, levados por uma força interna que supera a própria vontade de aprender a ler e escrever. Maior ainda é minha responsabilidade a partir de agora.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Uma língua antiga, uma nova aprendizagem

Mesmo sendo um código antigo e conhecido por muitos, a LIBRAS e sua importância para as pessoas surdas tangia a minha realidade pessoal e profissional. Talvez isso se deva por eu nunca ter convivido de perto com essa deficiência. Na verdade nunca havia sentido necessidade de saber a LIBRAS.

Mas hoje, fazendo um trabalho de recuperação deparei-me com a angústia de não entender o que conversavam quatro mulheres. Falo do Vídeo BAR, enviado para nós pela professora Janaína para que fizéssemos a interpretação do mesmo.
Em BAR, as 4 mulheres conversavam sobre suas bebidas favoritas. Eu descobri que se tratava de chocolate quente, porque cada uma delas tinha à sua frente, sobre a mesa, um copo contendo chocolate quente com chantilly.
Minha leitura das cenas se deu mais por suposição do que por conhecimento da Língua. Precisei recorrer a um dicionário on line para decifrar alguns dos sinais feitos pelas amigas. Mas, como em todas as Línguas, havia sinais que não estavam registrados no dicionário, por se tratarem de elementos regionais (chimarrão, por exemplo). Solicitei, então à minha filha que tentasse lembrar do que aprendeu na cadeira presencial de LIBRAS. Ela lembrou de alguns sinais, mas não soube traduzir o video na íntegra, porque já havia tempo que não tinha contato com LIBRAS.
Fiquei preocupada! Se um aluno surdo chegar em minha sala-de-aula como farei para compreendê-lo?
Por outro lado, com a leitura dos textos propostos, pude compreender a importância da LIBRAS para os surdos e a necessidade de ensiná-la às crianças o mais cedo possível para que possam se sentir verdadeiramente inseridas no mundo.